Por causa do santo beijamos as pedras
By Cláudio

Por causa do santo beijamos as pedras

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Mais um ditado surgido nas tradições católicas. Desde o início do catolicismo, assistimos a necessidade de materializar o sagrado. Aliás, desde os tempos do antigo testamento é possível perceber esta tradição na religião judaica. Outras religiões milenares também utilizam deste costume. Representar os deuses em formas materiais era comum na Grécia antiga, no Budismo e nas demais religiões dos países asiáticos.

É importante ressaltar que esta tradição não é adoração de ídolos, mas sim, uma representação do Deus maior e, por causa dele, beijamos as pedras. Como diz este ditado, por causa do santo beijamos as pedras. Todos que estão ali diante daquela imagem sabe muito bem que aquilo é apenas um simbolismo.

Nas questões humanas, podemos ler este ditado da seguinte maneira: por causa das qualidades das pessoas, nós toleramos seus defeitos. Por necessitarmos de trabalhar e levar o sustento para nós e nossa família, nós suportamos o enfadonho dia de muito trabalho.

Sabemos que não conquistamos nada sem luta, sem dedicação e empenho. Por causa dos nossos objetivos e sonhos, nós “beijamos” o caminho para chegar até a eles. Outro ditado popular fala a mesma coisa: Quem ama as rosas, suporta os espinhos.

Indo além deste ditado, podemos evoluir a nossa concepção no sentido de que “as pedras” que a gente beija também tem sua importância e, sendo um mineral oriundo da natureza é uma criação do Santo, ou seja, de Deus.

Da mesma maneira, é possível ver beleza e prazer mesmo durante a viagem rumo ao nosso destino. É possível ver sentido nas pedras do caminho, no suor do rosto pela labuta e colocar amor em tudo na vida. É possível amar o outro e a nós mesmos com nossos defeitos e qualidades.

Assim, por causa do santo beijamos as pedras e, por causa das pedras, concretizamos a nossa fé no santo.

Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico

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  • Dezembro 31, 2021
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