Drogas e família: fases do tratamento – Parte IX
By Cláudio

Drogas e família: fases do tratamento – Parte IX

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Nona fase: O 12º passo do AA– Estendendo a mão

A família:

Após as dificuldades de adaptação dos primeiros meses do retorno do dependente que estava internado ao lar, a família deve dar a continuidade do seu tratamento para o que chamamos de “seguimento”. Nesta fase, além de manter o programa de recuperação familiar, o compromisso agora é acolher os familiares de dependentes que estão chegando no grupo. Na literatura de Alcóolicos Anônimos deixa isto muito claro: “Tendo tido o despertar espiritual através desses passos, procuramos estender as nossas mãos a todos os companheiros (as) que ainda sofrem”.

Os cursos, os estudos, o coordenar as reuniões das famílias, as palestras e o serviço voluntário são primordiais para o fortalecimento do tratamento familiar e no desenvolvimento da solidariedade, empatia e amor ao próximo, valores essenciais para uma vida sóbria e feliz.

O dependente:

Quando o dependente percebe que a família continua mobilizada no tratamento, ele terá uma maior motivação para continuar o tratamento também. A mesma lógica acontece quando a família tem a ilusão de que o problema foi resolvido e que, graças a Deus não vai mais precisar ir a estas reuniões. O dependente começa a negligenciar o seu processo de recuperação. O egoísmo e o individualismo começa a crescer na sua mente, não dando espaço para o companheirismo, a partilha e ao amor.

Dificilmente o dependente vai conseguir se manter de pé sem estender a mão aos companheiros. Mesmo que consiga não fazer uso da droga, os defeitos de caráter desenvolvidos ao longo da dependência química irão prevalecer e a verdadeira sobriedade jamais vai aparecer.

Costumo falar sempre para os nossos residentes da Fazenda de Caná: A sobriedade só se manifesta quando você evoluir nos três níveis de amor:

1 – Amor por quem ama você – muitos residentes buscam o tratamento a princípio por causa desse amor;

2 – Amor a si mesmo – No decorrer do processo o dependente percebe que ele não é tão fraco assim e que ficar sóbrio é o maior barato.

3 – Amor cristão – Você passa a amar até mesmo um desconhecido. Um companheiro sujo, drogado, inconveniente e que não tem nada para te oferecer a não ser sua vida quase destruída. Somente neste nível a sobriedade se manifesta: estender a mão!

Cláudio Martins Nogueira – Psicólogo Clínico.

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  • Julho 26, 2020

Comments

  1. Kátia Cecília da Silva
    Julho 29, 2020

    Texto, além de muito esclarecedor, lindo!
    Como gostaria que as famílias entendessem e se comprometessem…
    Mas continuo a divulgar, a semear…
    Muito obrigada!

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