Quando éramos crianças, a minha alegria e do meu irmão mais novo era quando minha mãe vinha a Belo Horizonte. Ficávamos ansiosos pela sua volta. Não pela saudade já que um dia só não dava tempo para senti-la. Às vezes íamos ao chamado alpendre várias vezes ao cair da noite sempre na alegria de ver a nossa mãe.
Muitos anos se passaram e recentemente, num atendimento no consultório, esta história apareceu novamente. A ansiedade da chegada da mãe foi deslocada para a chegada do famoso pirulito das Lojas Americanas. Era um pirulito enorme, colorido com várias cores circulares. Na minha terra não existia nenhum igual ou parecido. Ficávamos horas chupando aquela delícia, de preferência, na frente dos colegas para ouvi-los pedindo um pedaço. Coisas de crianças…
Certa vez minha mãe veio a BH e não levou o famoso pirulito. Lembro-me como se fosse hoje a frustração enfrentada. Como minha mãe esqueceu o pirulito? Não me lembro se choramos por causa disto, só sei que nunca mais esqueci deste fato.
Até hoje muitos pais entopem seus filhos de presentes, balas, doces e guloseimas de tal maneira que as crianças olham para seus pais como se eles fossem fornecedores destas fábricas. Eles “amam” seus pais por interesse naquilo que vão ganhar deles. A afetividade e o amor foram deslocados para os objetos.
Eduquem seus filhos dando o melhor “pirulito” que eles podem ter: a sua presença!